"Entre dois Mundos"

"Entre dois Mundos"

domingo, 1 de janeiro de 2017

Retrô 2016



Ela mantivera a fé durante os 365 dias do ano mais difícil dos mais obscuros anos de sua vida. Levantava-se, com dificuldade, mas, sempre tinha em mente que dias melhores viriam.

Aprendera a cultivar pensamentos positivos. Mais do que isso! Sentimentos positivos, pois, ensinaram-lhe que sentimentos são 5000 vezes mais fortes do que os pensamentos.

Em abril, descobrira a força da Gratidão. Entendera que orar não era somente pedir, mas, principalmente, agradecer pelo bem que a fizera sorrir e pelo mal, que a fizera crescer.

Ouvira muitos "nãos" quando a dificuldade batera-lhe à porta. Frases sarcásticas quanto ao seu sofrimento...sua luta...sua garra em vencer, em sobreviver.

Portas fechadas. Encontrara muitas. Ainda assim, teimava em seguir adiante. Acreditava em um Pai que a amava. Um Pai que criara Seus filhos para a felicidade, para a prosperidade em todos os sentidos.

Foram doze meses de tortura mental, emocional, espiritual. Foram meses cruéis onde não encontrara aquilo de que tanto necessitava.

Pensara nas vezes em que, sem perceber, julgara mulheres de "vida fácil", dizendo ser impossível que as mesmas não encontrassem uma faxina ou algo mais nobre a se fazer. Lembrara-se de um ditado que sua mãe, por vezes, repetia : "O peixe morre pela boca". Via-se naquela mesma condição, onde, sem alternativas decentes, ainda que sem beleza e com idade avançada, fora cercada, por diversas vezes, por tentações que a empurrariam ao lodaçal de onde, em vidas passadas, vivera.

A generosidade de alguns mantiveram a sua luz interior acesa. Mas, essa luz, bruxuleando, quer se apagar. Ela já não suporta mais tanto peso. Ela só quer descansar sua cabeça em algum lugar e dormir. Dormir até que tudo isso passe.

Mas não pode. Nunca o fizera. Possuía uma força absurda. Uma fé inabalável. Uma vontade de viver que ela mesma não a compreendia. Costumava achar que fora feita de "titânio", em referência a uma música. 

A música fora sua companheira nesses momentos. Música para se elevar aos céus. Música para escutar o silêncio que tudo dizia.

A menina tentara, a todo o custo, lembrar-se  de momentos de felicidade vividos durante esses anos de mar em fúria, mas não conseguira. 

Ainda assim, ela é grata pela vida, pelo pão de cada dia. Por seu filho ter encontrado o amor e ter-se transformado em um homem digno, inteligente, brilhante.


Orgulhava-se dele. Alegrava-se por ele. Enfim, a felicidade ao lado de um anjo em forma de uma mocinha linda, com um olhar doce e expressivo.


Ela cisma em crer em dias melhores. Conhece a força do Pensamento Positivo, ainda que não saiba usá-lo corretamente.


31-12-2016
23:03


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