"Entre dois Mundos"

"Entre dois Mundos"

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Hibernar...

É tempo de sumir, de evaporar, de hibernar.

É tempo de parar e pensar.

É tempo de rever o que já fora visto, revisto e previsto.

É tempo de chorar tanto a ponto de não ter mais lágrimas a secar.

É tempo de tentar parar de entender o porquê das coisas, dos acontecimentos. Dos atos de pessoas que - querendo ou não - machucaram meu coração.

É tempo de esquecer o mundo lá fora. Minto!  Nunca vivera a vida lá fora.

É tempo de esquecer de tentar viver lá fora, ainda que o resto de vida que bate aqui dentro queira - imensamente - experimentar novamente o que nunca fora experimentado.

É tempo de aceitar, caminhar, sem questionar.  Não haverá respostas.  Seria pura perda de tempo questionar.

É tempo de escutar minha música preferida e pedalar sem rumo, sentindo o sol em meu rosto e o vento a despentear meu cabelo sempre em desalinho.

Não me cuido.  Não me ajeito.  Não me produzo.

Sou. Simplesmente sou.  Aprendera a ser e gosto disso.

É tempo de não mais esperar por algo que me faça entender porque provoco a ira de alguns homens que passaram - e outros que ainda continuam - em minha vida.

É tempo de me perdoar por ser como sou e de, por isso mesmo, ser rejeitada, desprezada, odiada por homens com quem um dia convivera. Talvez jamais entendam que ainda que incisiva e sincera, sou educada. Ainda que dura, sou leal. Ainda que forte, sou sensível. Ainda que tenha punhos de aço, sou mulher. Ainda que mãe e filha, sou um ser humano, repleto de bons sentimentos, escondidos na escuridão de meu quarto por temer uma nova e mais perversa agressão.

É tempo de hibernar, de me esconder do que me arrasta à lama.

É tempo de matar aquela que me desvia do Caminho.  Que me leva ao abismo, de onde sou retirada por mãos que ainda me querem bem.

É tempo de tentar esquecer o que fora.  O que não pudera ser e tentar ser o que sempre quisera ser: alguém.

Ainda é tempo de livrar-me dos vícios. Ainda há tempo...

É tempo de esquecer amizades nunca conseguidas. Amores nunca experimentados, reencontros tão esperados.

Só não me tirem a música! Sem ela não conseguiria suportar o peso imenso das horas amargas.

É tempo de entregar-me aos livros, amigos fiéis.  Com sorte, levar-me-ão aonde quero chegar.

É tempo de esquecer o "Poder da Mente", "O Segredo", o "dinheiro e sabedoria para usá-lo".

É tempo de saber que já não há mais tempo...


http://youtu.be/x4XVJj4jER4
21/09/2013 - 00:29

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